Pesquisar neste blogue

13 novembro 2020

Covid-19. Excesso de informação ajuda à fadiga pandémica

Covid-19. Excesso de informação ajuda à fadiga pandémica, alerta Graça Freitas: São muitos emissores, desde os media, aos peritos, passando pelas redes sociais. Em consequência, as mensagens podem ser confundidas e baralhar o público, ajudando à fadiga pandémica. Em entrevista, Graça Freitas considera que quem tem problemas económicas deve saber que há apoios no caso de estarem doentes. Fala de sintomas e das mortes não covid, assegurando que só no próximo ano será possível avaliar as causas da mortalidade. "Neste momento a informação não é a DGS (a liderar), por muito estranho que isto possa parecer, nem é de todo apenas o setor técnico. (...) Nenhuma de nós aqui fala de como é que se pilota um avião, mas toda a gente sabe como é que se trata a pandemia", afirmou Graça Freitas, em entrevista à agência Lusa.

A diretora-geral reconhece que no início da pandemia "foi mais simples" comunicar, pois a Direção Geral da Saúde (DGS) e o setor da saúde "é que sabiam dos planos de contingência e das medidas a tomar e as pessoas estavam ávidas de ouvir essa informação e ouviam".

"Há a comunicação técnica e a institucional, que é sobretudo passada pela DGS, pelo INSA (Instituto Nacional de Saúde), pelo Infarmed (Instituto Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde). (...) Depois temos a informação política, a informação dos media, das pessoas que têm o maior tempo de antena de todas, que são os jornalistas". 
 
"Depois, temos os vossos convidados, os peritos e não peritos, todas as pessoas que opinam, os negacionistas, os catastrofistas, os de todos os quadrantes que se tornaram lideres de opinião", exemplifica. E ainda há que contar com as redes sociais.

"Portanto, quando se fala em comunicação, (...) fico abismada como é que se diz que é a DGS que não comunicou bem, porque a DGS é apenas um dos elementos desta interação de mensagens que são multivariadas". 

"Se ouvirmos 24 horas de comunicação (…) é uma multiplicidade de mensagens, umas parecidas outras menos parecidas, umas ditas da mesma maneira, noutras não usamos todos as mesmas palavras. Calculo que o cidadão normal (…) em determinados dias fique de facto baralhado", afirmou. E lembra que algumas opiniões dependem do dia em que são feitas e ganham outros contornos fora desse contexto.