A diretora-geral reconhece que no início da pandemia "foi mais simples" comunicar, pois a Direção Geral da Saúde (DGS) e o setor da saúde "é que sabiam dos planos de contingência e das medidas a tomar e as pessoas estavam ávidas de ouvir essa informação e ouviam".
"Há a comunicação técnica e a institucional, que é sobretudo passada
pela DGS, pelo INSA (Instituto Nacional de Saúde), pelo Infarmed
(Instituto Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde). (...) Depois
temos a informação política, a informação dos media, das pessoas que têm
o maior tempo de antena de todas, que são os jornalistas".
"Depois, temos os vossos convidados, os peritos e não peritos, todas as
pessoas que opinam, os negacionistas, os catastrofistas, os de todos os
quadrantes que se tornaram lideres de opinião", exemplifica. E ainda há
que contar com as redes sociais.
"Portanto, quando se fala em comunicação, (...) fico abismada como é que se diz que é a DGS que não comunicou bem, porque a DGS é apenas um dos elementos desta interação de mensagens que são multivariadas".
"Se ouvirmos 24 horas de comunicação (…) é uma multiplicidade de
mensagens, umas parecidas outras menos parecidas, umas ditas da mesma
maneira, noutras não usamos todos as mesmas palavras. Calculo que o
cidadão normal (…) em determinados dias fique de facto baralhado",
afirmou. E lembra que algumas opiniões dependem do dia em que são feitas
e ganham outros contornos fora desse contexto.