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08 dezembro 2020

O que já se sabe (e o que ainda falta saber) sobre o SARS-CoV-2

O que já se sabe (e o que ainda falta saber) sobre o SARS-CoV-2: O que é urgente saber

Dentro das muitas questões que ainda precisam de respostas, Celso Cunha realça que há várias em relação às vacinas, nomeadamente se é igualmente eficaz em todos os grupos etários ou se a sua eficácia é longa. “Vamos ter de tomar a vacina todos os anos? Ou de dez em dez anos? São tudo questões que não conseguimos responder agora.” Além de questões ligadas ao desenvolvimento das vacinas, o investigador coloca outras relativas à ciência fundamental, como porque é que o vírus tem a capacidade de se manter estável num genoma tão grande, como as proteínas interagem entre si ou se há alvos terapêuticos que impeçam a replicação do genoma do vírus e consigam interferir com certas actividades do seu ciclo. “[Assim conseguir-se-á] desenvolver fármacos que consigam interferir com elas, mas para isso tem de se responder a questões de ciência básica.” De algo parece ter a certeza: “O vírus vai continuar a acompanhar-nos, tal como nos acompanham outros vírus respiratórios com que temos tido contacto ao longo de séculos.”

Já Maria João Amorim refere que temos mesmo de conseguir determinar quem são as pessoas infectadas a transmitir a doença e durante quanto tempo o transmitem. Depois, ainda há que entender melhor a origem do vírus, o papel das crianças e dos assintomáticos na transmissão, quanto tempo dura a imunidade (quer a nível da infecção natural ou da vacinação), como a sociedade se poderá reorganizar para impedir de forma rápida situações como as que estamos a viver, ou como a OMS se pode reforçar relativamente à monitorização destes problemas.

E deixa um aviso: “Estamos extremamente cansados, mas o vírus não está! O facto de estarmos cansados pode facilitar a transmissão viral.”