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13 novembro 2020

A mortalidade em Portugal no contexto da pandemia COVID-19

46,5% do acréscimo de óbitos entre 5 de outubro e 1 de novembro relativamente à média dos últimos 5 anos deveu-se a óbitos por COVID-19

Entre 2 de março, data em que foram diagnosticados os primeiros casos com a doença COVID-19 em Portugal, e 1 de novembro, registaram-se 77 249 óbitos em território nacional, mais 8 686 óbitos do que a média, em período homólogo, dos últimos cinco anos. Destes, 29,3% (2 544) foram óbitos por COVID-19. Nas últimas 4 semanas (5 de outubro a 1 de novembro) registaram-se mais 1 132 óbitos do que a média, em período homólogo, de 2015-2019. Nesse período registaram-se 526 óbitos por COVID-19 (46,5%).

Análise à mortalidade e causas só estará concluída em 2021, afirma a DGS

A autoridade de saúde só terá concluída em 2021 a análise ao aumento do número de mortes e respetivas causas durante o período da pandemia, dado que é um processo complexo de analisar, revelou a diretora-geral da Saúde.

Em entrevista à agência Lusa, Graça Freitas explicou que há, de facto, uma sobremortalidade este ano, mas diz que os valores “têm de ser cuidadosamente estudados” e que o processo “é muito mais complexo do que se pensa”.

“Daqui a uns meses nós saberemos. Primeiro teremos que cobrir um espetro grande no número de causas… não serve observar apenas um mês, pois pode ter havido fenómenos atípicos (…). Normalmente fazemos um ano inteiro civil e com desencontro de um ano”, afirmou.

Os últimos dados divulgados pelo INE indicam que, desde a chegada da pandemia a Portugal (início de março) até dia 18 de outubro morreram 72.519 pessoas, mais 7.396 mortes do que a média do período homólogo dos cinco anos anteriores, sendo a Covid-19 responsável por 2.198 óbitos, ou seja, 27,5% do total do aumento da mortalidade.

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